A SANTIDADE É SEMPRE UMA OBRA GRADUAL (Ef. 4:20-24). 20 Todavia, não foi assim que vocês aprenderam quanto a Cristo. 21 De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. 22 Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem,* que se corrompe por desejos enganosos, 23 a serem renovados no modo de pensar e 24 a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e santidade provenientes da verdade.
Todo evangelho leva à santidade. Um cristão que não busca a santificação, é uma contradição de tudo o que a bíblia ensina. O peregrino e a feira. João Bunyan na cidade chamada Vaidade. Vendia-se todos os artigos da vaidade. Trapaça de toda sorte o peregrino e seu colega tiveram que enfrentar. Sua passagem causou alvoroço porque: Os peregrinos vestiam roupas muito diferentes dos que negociavam na feira. A linguagem dos peregrinos também é diferente. Aplicação: A estória de João Bunyan se aplica às nossas vidas, hoje. Mesmo na questão de trajes e aparência, o cristão é cuidadoso. Ele não se deixa governar pela vaidade da feira, com todas as suas atrações sensuais, todas as incitações para o mal. O cristão é cuidadoso e modesto no vestir... Não somente nas coisas que ele fala, mas também na maneira que ele fala. As bugigangas da feira da vaidade devem ser abandonadas. Ser cristão significa que nascemos de novo. Cristianismo, portanto, não é melhorar o mundo. Até porque cristianismo nunca foi sinônimo de moralismo. O evangelho prega a santidade; prega o viver cristão contrariamente ao viver pagão. Se vocês o ouviram, nos diz Paulo, se vocês foram ensinados por Cristo, como a verdade está em Jesus, vocês simplesmente não podem continuar no pecado. Não existe santidade sem luta, de igual modo não existe atalhos para a santidade. Quero apresentar duas verdades a respeito do crescimento em santidade: I. Tudo no evangelho leva à santidade (4:20-21). Nós nascemos de cima, do Espírito. Somos uma nova criação. O cristão é alguém que foi separado e retirado do mundo. Tornar-se cristão meus irmãos, é aprender de Cristo (v. 20). O que Paulo está querendo dizer com a expressão “vós não aprendestes assim de Cristo”? Aprender de Cristo pode ser visto no exemplo de Lídia, a primeira pessoa, em certo sentido, a se converter na Europa. Podemos nos recordar no que a bíblia diz emAtos 16:14. Paulo se juntara a uma reunião de oração de um grupo de mulheres na cidade de Filipos, numa tarde de sábado. Ele lhes pregara, anunciando-lhes a Palavra do Senhor; então nos fala dessa mulher, Lídia, a vendedora de púrpura e nós lemos sobre Lídia o seguinte: “O Senhor lhe abriu o coração”. Isto é, uma vez com o coração aberto, ela agora podia entender o que Paulo falava. Aprender de Cristo não é unicamente saber que os nossos pecados são perdoados. Se você tem algum conhecimento de quem Cristo é, isso terá que levá-lo a santidade. Ilustração: Pessoalmente vejo com certa relutância alguns movimentos que têm existido vez por outra na igreja do Senhor Jesus. Por exemplo, movimentos pró-santidade (ir ao monte), movimentos sobre a Segunda vinda de Jesus, movimentos sobre a temperança e várias outras coisas. É um erro total e uma falsa divisão das Escrituras. Tudo no evangelho leva à santidade. O texto está nos dizendo que se aprendemos assim de Cristo, não temos a menor possibilidade de continuar vivendo como antes vivíamos. Aprender de Cristo, depende de duas coisas: Ouvir de Cristo, e ser ensinado por Ele (v. 21). 1. Ouvir de Cristo. Ouvir de Cristo significa ouvir a mensagem do evangelho. Obviamente, Paulo não está dizendo que os crentes efésios realmente ouviram o Senhor Jesus Cristo pregar. Ou que ele esteja sugerindo que aqui na IBA nós viremos de nossas casas para o culto, e encontraremos aqui o Senhor Jesus em carne, e pregando. Não. Paulo sabia perfeitamente bem que aqueles crentes efésios não tinham visto e nem ouvido o Senhor Jesus durante o seu ministério aqui na terra. Não, eles nunca tinham estado na Palestina, nunca tinham visto o Senhor Jesus Cristo, nunca tinham ouvido a sua mensagem propriamente de seus lábios. Eram pagãos, eram gentios. Eles moravam numa terra muito distante de Jerusalém e da Palestina. Ouvir de Cristo significa ouvir a mensagem do evangelho. Aplicação: Ouvir de Cristo não é simplesmente ouvir sermões. Você pode apreciar os sermões e ainda assim não ouvir de Cristo. Ouvir de Cristo também não é estar consciente do que Cristo disse. Ouvir de Cristo vai além de simplesmente ouvir a mensagem ou ter consciência do que Cristo disse. Ouvir de Cristo significa que o ouvinte do evangelho não somente escuta, porém crê que é a verdade, entende o que ele diz. E mais, entende o que ele implica – mudança de vida. Quando um homem ouviu de Cristo, Cristo e o Seu evangelho passam a ser as coisas principais de sua vida. Ele é dominado por eles, ele é governado e dirigido por eles, ele vive para obedecer a Cristo. 2. Ser ensinado em Cristo. Ouvir e ser ensinado em Cristo significa que a vida de Cristo está em nós. O que, pois, havia sido ensinado aos cristãos efésios? A eles foi ensinado que tornar-se cristão envolve uma mudança de valores. O homem, a mulher que é ensinado em Cristo é aquele que diz: Ah! esta é a coisa mais importante para mim. Jamais desprezarei o seu valor. Esta é a verdade, esta é a verdade”. Ilustração: Policarpo, bispo da Igreja de Esmirna, dada a sua avançada idade, e para não ser torturado, a justiça sugeriu para ele que abandonasse a sua fé. Diante deste oferta ele disse: Vivi 86 anos servindo a Cristo, e nenhum mal me fez. Como poderia eu maldizer ao meu rei, que me salvou? Diante desta resposta, Policarpo foi condenado a morrer numa fogueira. E apesar do castigo que em breve iria sofrer, antes de ser queimado, disse mais: que o fogo que o juiz podia ascender duraria somente um momento, e logo se apagaria, mas o castigo eterno nunca se apagaria Aplicação: Se vocês crêem nestas verdades, nos diz Paulo, vocês não terão mais comunhão com as obras infrutíferas das trevas (Efésios 5:11). Se vocês crêem nisso, nos diz o apóstolo João, qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro (I João 3:3). II. Jamais alcançaremos a santidade permanecendo numa condição neutra (4:22-24). Para obtermos o sentido exato disso devemos começar examinando as expressões que Paulo utiliza – despir-se, ser revovado e revestir-se. Aqui é uma figura de linguagem que mostra você tirando a roupa usada e colocando outra limpa, depois do banho. Paulo faz esta analogia para nos ensinar algo que é importante para a nossa santificação. Não pode ser meio tirar e meio pôr. Ou você troca de roupa depois do banho ou a apanha a mesma e veste. Esta figura traz a idéia de abandonar, renunciar, pôr de lado uma coisa e não usá-la mais. Ora, o que é que devemos despir? 1. Despir-nos do velho homem (v. 22). O homem é isso. Tudo, cada aspecto do velho homem é corrupto, é infeccionado como uma massa de cadáveres. Entendo que Paulo está se referindo à pessoa não regenerada. Aquele que ainda não é salvo, não recebeu a Cristo como Salvador. Este é o estágio outrora em que nos encontrávamos. Mas conforme penso também, Paulo pode estar se referindo ao velho homem que está presente em cada um de nós. Ele é na verdade tão velho quanto Adão. Nós nascemos velhos. Todos nós nascemos com uma natureza corrupta, com uma natureza contaminada. A criança mais pequenina gosta de fazer o que lhe pedem para não fazer. Gosta de fazer o que não é bom para ela mesma. Isso é pecado, pecado original; isso é uma demonstração da nossa depravação. Despojar-se é uma coisa que o cristão tem que fazer. Não é uma coisa que os outros fazem por ele. Despir-se do velho homem não é uma coisa que você deve orar para ver se é vontade de Deus despir-se ou não. É claro que devemos orar sobre todas as coisas, mas o que estou dizendo é que não se deve resolver este problema apenas orando sobre ele. 2. Revestir-se do novo homem (v. 24). É o oposto de (despir) v. 21. Colocar no lugar novos costumes. Resultado do novo homem em Cristo. Alguém que anda em justiça e retidão. Anda com Deus. Perceba que os dois verbos dão ênfase ao benefício próprio. O novo homem não é uma coisa que você veste uma vez ou outra, quando você de repente fica sério. Num sentido, nunca deveria ser necessário que o cristão se esforçasse para lembrar-se de que é cristão. Se você de fato se revestir do novo homem, sempre se lembrará de que é cristão. Use tudo o que você sabe, que o faz lembrar do novo homem e que lhe ajuda a alimentar e edificar o novo homem. Deixe o velho homem passar fome. 3. Ser renovado na maneira de pensar (v. 23) – Literalmente significa renovar, ou feito de novo. Sugere uma restauração. O tempo verbal mostra que o cristão deve continuar sendo renovado. Perceba que dentro do texto, despir-se é nossa ação, revestir-se também é nossa ação, mas ser renovado não é nossa ação, é algo que nos acontece. Nós vamos sendo renovados. Uma renovação contínua, novas atitude da mente. Não seremos capazes de despir-nos do velho homem nem de revestir-nos do novo, se não estivermos sendo constantemente renovados no espírito de nossas mentes. A pergunta é a seguinte: Como nos revestimos do novo homem? Conclusão: Todo evangelho leva à santidade. Cristianismo não é moralismo. Qualquer pessoa pode tirar o uniforme e pôr outro. O moralista não é cristão. O moralista tira um terno ruim e veste um bom, mas ele continua não mudado e, portanto, não é cristão. O tipo de roupas que usamos depende do tipo de papel que desempenhamos. Por exemplo, quando vamos a um casamento, usamos um certo tipo de roupas. Antigamente, quando se ia a um funeral se usava roupas características. Algumas profissões usam roupas próprias para ofício que exercem: o advogado, o médico, o policial, o preso etc. Quando se muda de papel, troca-se de roupas. É exatamente isso que Paulo está nos ensinando. Visto que por uma nova criação tiramos a velha humanidade e vestimos a nova, devemos também deixar de lado os velhos padrões e adotar os novos. Nosso novo papel envolverá novas roupas, e a nossa nova vida, um novo estilo ético de viver. Como estou vivendo? O homem de mais de 50 anos e que se orgulhava do bigode: "Essa coisa não é boa para o cristão. Por isso rapei." Tratem de desenvolver para si mesmos, em detalhe. O cristão não deve sequer parecer-se com o homem ou mulher típica do mundo. Há certas coisas que são incompatíveis com a nova vida. Uma série de atitudes despojadas. Um novo homem é composto de nova forma de pensar. Uma série de atitudes novas. Pr. Jorge Francisco Cacuto
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